POESIA 64
Há momentos
Que a vida
Pede outro curso
Novos outros per-cursos
Re-cursos, dis-cursos
Sem muitos rumos
Experimentos sensíveis
Hoje você é uma barata
Ela se constrói e se come
Sem culpa
Você bem queria
A plenitude da vida da
barata
Inumanidade desejável
Feliz é ela
Que ultrapassa
O ser viver barata
Re-construir a vida sem
culpa
No zelo no desvelo
Naquilo que sai, que brota
Na imundice
Dos cursos
Sem rumo
Há momentos na vida
Que a vida faz movimento
Em momentos movimentos
Intensos
Densos
Há intensidades vivas
E potentes na vida...
Vida nua essa
Tua, nossa, vossa
Em nós, com todos
Sem nós
Vida que só pede ser vivida
Nesses momentos
Naqueles que se foram
Para permanecerem no
instante
Aqui e agora
Reto e sem curva
Então, tudo depende do
convite
Surpreendentemente
Os lugares mais difíceis
Podem ser espaços
De bons encontros e produções
E você é mestre nisso
Conexão que busca a vida
Fluxo de produção
Enlace que produz alegria
Não do ideal, mas do possível
Possível e impossível
Possibilidades e
impossibilidades
Que juntas produzem vida
Vida que vem, vai, se faz
Vida que é
Vida que vida se faz
No nós
Vida fodida nascida crescida
morrida
Pedaço do braço
Naco de coxa
Resto de sexo
De moça
De macho
No cacho da fresta do porto
Canto das costas
Parte dos dedos rangendo
Rastros de pelos nos olhos
Feixes de pontes nos peitos
Dos moços
Das bichas
Das putas
Fodidas nascidas crescidas
morridas
Paridas
Paradas
Na vida
Mudar o mundo
Diminuir as distâncias
Acenar com os sonhos
Superar o ritual esperado de
cada espaço
Viver o encontro, cada
encontro
Como uma revolução
Sem começo
Sem fim
Entro nessa
Como um elemento
Sorrateiro
Sem eira
Nem beira
Mas com uma puta vontade
De enrabar
O mundo em(de) nós
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