segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

CRÍTICA DE DELEUZE AOS DIREITOS HUMANOS


Li esta postagem no blog do Laboratório de Sensibilidades/UNIFESP, achei muito interessante e compartilho com vocês.


CRÍTICA DE DELEUZE AOS DIREITOS HUMANOS, “tenho vontade de dizer um monte de coisas feias. Isso tudo faz parte deste pensamento molenga daquele período pobre de que falamos. É puramente abstrato. O que quer dizer “Direitos Humanos”? É totalmente vazio (…) É conversa para intelectuais odiosos, intelectuais sem idéia. Notem que essas Declarações dos Direitos Humanos não são feitas pelas pessoas diretamente envolvidas (…) justiça não existe! Direitos Humanos não existem! O que importa é a jurisprudência. Esta é a invenção do Direito. Aqueles que se contentam em lembrar e recitar os Direitos Humanos são uns débeis mentais! Trata-se de criar, não de se fazer aplicar os Direitos Humanos.”


Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health

v. 4, n. 8 (2012)

Este número de Cadernos Brasileiros de Saúde Mental é um número temático cujo lançamento foi feito concomitantemente à edição impressa. Optamos por manter a formatação dada à impressão gráfica, modificando o padrão de formatação da edição on-line. Esta opção foi tomada para evitar confusões em casos de citações, pois a reformatação criaria paginações diferentes com números de páginas não correspondentes entre as duas edições. Pelo mesmo motivo, mantivemos o local de edição da impressão, Rio de Janeiro (este número foi editado a partir do Laboratório de Atenção Psicossocial, da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz), ao invés de Florianópolis, onde normalmente é editada a revista.
http://periodicos.incubadora.ufsc.br/index.php/cbsm/index

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O equívoco das internações involuntárias em São Paulo - Antonio Lancetti



Psicanalista, autor de Clínica Peripatética (Editora Hucitec)

Com amplo trabalho realizado com dependentes químicos, o psicanalista 

Antonio Lancetti questiona a decisão do governo de São Paulo 

de implantar a internação involuntária para diminuir 

o número de usuários de drogas nas ruas



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Eduardo Galeano - El Derecho al Delirio (Legend)

Emerson Merhy sugeriu este vídeo para pensarmos no direito de sonhar!!!!!



O direito de sonhar (Eduardo Galeano)

O direito de sonhar não consta entre os trinta direitos humanos
que as Nações Unidas proclamaram em fins de 1948.
Mas se não fosse por ele, e pelas águas que dá de beber,
os demais direitos morreriam de sede.
Deliremos, pois, um pouquinho.
O mundo, que está de pernas pro ar, se colocará sobre seus pés:

Nas ruas, os automóveis serão pisados pelos cachorros.
O ar estará limpo dos venenos das máquinas,
e não terá mais contaminação
do que a que emana dos medos humanos e das humanas paixões.
As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,
nem serão programadas pelo computador,
nem serão compradas pelo super-mercado,
nem serão assistidas pela televisão.
A televisão deixará de ser
o membro mais importante da família,
e será tratado como o ferro de passar ou a máquina de lavar roupas.
As pessoas trabalharão para viver,
ao invés de viverem para trabalhar.

Em nenhum país serão presos
os jovens que se negarem
a prestar o serviço militar,
e sim os que quiserem prestá-lo.

Os economistas não chamarão
nível de vida ao nível de consumo,
nem chamarão qualidade de vida à quantidade de coisas.
Os cozinheiros não acreditarão
que as lagostas gostam de serem fervidas vivas.
Os historiadores não acreditarão
que os países gostam de ser invadidos.
Os políticos não acreditarão que
os pobres gostam de comer promessas.

O mundo já não estará em guerra contra os pobres,
e sim contra a pobreza,
e a indústria militar não terá outro remédio
a não ser declarar-se em falência para sempre.

Os meninos de rua não serão tratados como se fossem lixo,
porque não haverá meninos de rua.
Os meninos ricos não serão tratados como se fossem dinheiro,
porque não haverá meninos ricos.

A educação não será o privilégio de quem puder pagar.
A polícia não será a maldição de quem não puder comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viver separadas,
voltarão a se juntar, bem juntinhas, costas com costas.

Uma mulher, negra, será presidente de Brasil
e outra mulher, negra, será presidente dos Estados Unidos da América.
Uma mulher índia governará a Guatemala e outra, o Perú.
Na Argentina, as “loucas” da Praça de Maio
serão um exemplo de saúde mental,
porque elas se negaram a esquecer
em tempos de amnésia obrigatória.

A Santa Madre Igreja corrigirá algumas erratas
das pedras de Moisés.
O sexto mandamento ordenará: "Festejarás o corpo".
O nono, que desconfia do desejo, o declarará sagrado.
A Igreja também ditará um décimo-primeiro mandamento,
que o Senhor havia esquecido:
“Amarás a natureza, de que és parte”.
Todos os penitentes serão celebrantes,
e não haverá noite que não seja vivida como se fosse a última, 
nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro..