segunda-feira, 24 de junho de 2013

Texto de Wolfgang Lenk - Economista da UFUberlandia



Acordou?Então Lave o rosto e veja pra onde vai.
Sim, porque a grita contra partidos e políticos pode sim ser um movimento democrático, se ataca a falsidade da democracia (no Brasil, a urna eletrônica, o financiamento de campanhas, etc.) ou propõe uma representação mais ampla.

A grita atual é contra partidos e políticos porque são corruptos. E a grita contra a corrupção é um movimento por uma representação mais restrita. É um "todo poder ao sistema judiciário", para que ele possa combater a corrupção com eficácia.

O herói dessa demanda é Joaquim Barbosa, ele que é tão bem assessorado por um amigo do banqueiro condenado Daniel Dantas (http://advivo.com.br/blog/luisnassif/wellington-silva-o-biografo-de-joaquim-barbosa).

A tolice: achar que os promotores e juízes não são políticos, nem são corruptos.

Por isso, não me engano: é a direita que foi pra rua.

Por quê? Como os jovens se deixaram iludir por essa tolice? Porque a rua estava vazia.

Não havia uma manifestação contra o monopólio dos meios de comunicação.

Não havia uma manifestação contra a privatização do SUS.

Não havia uma manifestação a favor da PEC das domésticas.

Quando atos dessa natureza ocorreram (e ocorrem toda semana), não houve respaldo, mobilização, articulação com movimentos similares. Não agregaram forças, nem atraíram a juventude.

Os grandes meios não o mostraram na TV, não convidaram especialistas para falar sobre eles, não criaram slogans e clipes, nem nunca o fariam.

No Brasil, aquele que poderia ter dado visibilidade e articulação aos movimentos de esquerda é o PT, como maior partido do país, e o governo federal.

Mas o governo Dilma confunde mudança social com crescimento econômico, programas de transferência de renda. Insistiu em fazer apenas o assistencialismo básico do Lula. E o PT estava contente apenas em estar no governo e fazer uma ou outra coisinha.

Mas mudança social é sinônimo de movimento social.

E o governo Dilma, em busca de sua miragem reformista, se encarregou de reprimir os movimentos sociais. Diretamente, quando coloca o "desenvolvimento" acima de indígenas, ribeirinhos e sem-terra, indiretamente por fechar os olhos para o genocídio de lideranças de esquerda que ocorre hoje no Brasil.

Pode falar o que quiser dos Kirchner, de Chávez, de Correa e de Morales: eles sustentam inalterada a mobilização política da esquerda, com propostas de transformação democráticas e populares. Nenhum deles impôs nada aos ricos sem um forte apoio das ruas, a todo momento.

A cúpula do PT agradeceu os votos que recebeu e disse: "obrigado, agora deixa que eu faço tudo sozinho". Não digo novidade, é o que centenas já disseram sobre os governos federais do PT: eles desarmaram a militância de esquerda.

Entre outras consequências, a juventude de hoje não sabe o que é (foi) o PT, nem o que é a esquerda. Não está mais habituada a participár de assembléias, atos, panfletagem... isso é mais estranho pra eles que uma máquina de escrever. Se tornaram uma massa despolitizada, desinformada, desiludida, sem formação de lideranças (que só acontece no movimento cotidiano). São o terreno ideal para o fascismo chocar seus ovos.

A rua estava vazia. A direita a tomou.

Wolfgang Lenk
economista da UFUberlandia

TEXTO DO EMERSON ELIAS MERHY EM TEMPOS DE MANIFESTAÇÕES


QUE VALE A PENA LER LIDO

Fico imaginando que as manifestações têm muitas caras e é como se a multidão fica-se olhando para "a esquerda" e fala-se: Decifra-me ou te devoro.
Quando sai na quinta pelas ruas do Rio de Janeiro, participando de uma manifestação mais objetiva, contra a cura gay, tive a sensação de estar em uma grande floresta que tinha de tudo.
Vi coisas muito legais e vi coisas horríveis.
Havia grupos com cartazes muito instigantes contra o preconceito, contra a globo e a mídia conservadora, contra a PEC 37, contra a corrupção, contra a privatização, contra o Renan Calheiros, contra o fascismo, pela Paz, contra a violência. Mas, vi também contra a Dilma, os partidos, a esquerda, o PT. Contra os gays.
Vi pouca ameaça de agressão, mas esse não é o testemunho de muitos que se viram acuados por grupos nazi ou por pequenos agrupamentos de direita anti-petista ou anti-lulista.
Havia alguns grupos organizados, mas os mais organizados eram do crime organizado.
Os punks também estavam organizados, mas com comportamentos dúbios.
Havia provocadores difíceis de identificar, pois estavam bem clandestinos no interior da multidão-floresta que estava na rua.
Senti alegrias em alguns momentos e tristeza em outros. Fiquei em dúvida várias horas, não dava conta de entender tudo que ia acontecendo.
Em um certo momento, senti que haveria provocações com a polícia e contra os patrimônios públicos, uma imbecilidade diga-se de passagem, e que muitos grupos iriam se perder nessa hora. Foi quando resolvi ir embora para casa.
Cheguei em casa e comecei a ver a Globo e seus semelhantes dando notícias e vi que eles iam construíndo uma imagem de que havia um movimento uniforme na rua, marcado contra o governo federal e contra os políticos em geral.
Eu não tinha sentido isso de uma maneira tão cristalina, assim.
Sentia sim, uma real frustração de muitos que estavam na rua, por se sentirem injustiçados na forma como os governos, dos vários lugares, desse país vinham tratando as necessidade da população, em geral.
Não atoa as bandeiras da luta eram: hospitais, educação, transporte padrão FIFA. O que me agradava também, quando via cartazes assim.
Vi pessoas muito putas da vida por terem sido enganados pelos governos mais progressistas.
Senti que tinham razão.
Senti que a esquerda que está no governo, com raras exceções, tem feito ações mais intensivamente capitalistas e corroborado a ideia que a vida que vale a pena é a Vida-Mercado, que a nação só será nação se for uma Nação-Mercado, que os fundos públicos, inclusive do SUS, podem ser mexidos para favorecer o Mercado da Saúde.
Que o futuro que a esquerda prometia de uma sociedade mais justa, na qual todos os diferentes são iguais perante o direito a vida com qualidade, tinha sido abandonado.
Que para os pobres, pobres políticas públicas. Não pude deixar de pensar que o bolsa-família é uma migalha diante dos gastos com os capitalistas desse país.
Senti que as pessoas estavam cobrando a fatura dessa traição. E com razão.
E como disse o Wolfgang Lenk, em seu texto, quando a esquerda esvazia as ruas, a direita sente que as ruas são dela.
Vejo que Giuseppe Coco tem razão. A única maneira de isso não acontecer é irmos para dentro do movimento e problematiza-lo, mas com sinceridade a ponto de criticarmos a banalidade política que os governos de esquerda tem entrado.
Se não desvendarmos e decifrarmos o que a Multidão-Esfinge está dizendo, vamos assistir uma fascistização macropolítica no Brasil com sérias consequências para todos.
Infelizmente, vejo o PT como um agrupamento pouco potente para exercer uma autocritica produtiva nesse momento, o que me amedronta muito mais que toda a Multidão-Floresta que tenho vivido nas ruas do país.
A esquerda brasileira como um todo tem que se unificar para agir como um movimento a defender a continuidade e aprofundamento das reformas sociais e políticas radicais que esse país e o povo necessitam.
abraços
emerson merhy

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Arte-educadores discutindo sobre drogas: existe ou não existe?

Texto escrito por Emerson Merhy, publicado no site Circonteudo (http://www.circonteudo.com.br/), que não tem a pretensão de ser completamente descritivo e fiel ao que aconteceu, mas apontar o que foi relevante da maneira mais sincera, possível no encontro que aconteceu do dia 22/05/2013 no SE ESSA RUA FOSSE MINHA, na dinâmica sobre o tema da droga existe, não existe.
Rio de Janeiro: 23/05/2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

10º Congresso Internacional - Rede Unida - Sinais que vem da Rua - Videos UFF

No décimo Congresso Internacional, Rede Unida, o debate sobre os diferentes modos de cuidado em saúde que estão presentes para as pessoas que moram nas ruas

UFFTube - 10º Congresso Internacional - Rede Unida


Título : 10º Congresso Internacional - Rede Unida 
Duração : 02:10:29
Descrição : No décimo Congresso Internacional, Rede Unida, o debate é sobre os diferentes modos de cuidado em saúde que estão presentes para as pessoas que moram nas ruas. 
#Sinais da RuaPrimeiro dia do evento, 6 de Maio de 2012. 
Confira!
Visualizações : 239
Enviado por : Uniteve
Enviado a 11 meses atrás
Data de Criação: 06/05/2012




Título : 10º Congresso Internacional - Rede Unida - Mesa 2
Duração : 02:34:16
Descrição : No décimo Congresso Internacional, Rede Unida, o debate é sobre os diferentes modos de cuidado em saúde que estão presentes para as pessoas que moram nas ruas.
Na mesa 2: Práticas na rua - Contrapontos
O evento aconteceu dia 8 de Maio de 2012. 
#Sinais da Rua
Visualizações : 222
Enviado por : Uniteve
Enviado a 10 meses atrás
Data de Criação: 08/05/2012





Título : 10º Congresso Internacional - Rede Unida - Mesa 3
Duração : 02:39:08
Descrição : No décimo Congresso Internacional, Rede Unida, o debate é sobre os diferentes modos de cuidado em saúde que estão presentes para as pessoas que moram nas ruas.
Mesa: Os sinais da rua. Nova biopolítica?
O evento foi realizado no dia 7 de maio de 2012.
Visualizações : 130
Enviado por : Uniteve
Enviado a 7 meses atrás
Data de Criação: 07/05/2012





Os loucos, os normais e o Estado


Leitura recomendada por: Marco José Duarte
Revista
ELIANE BRUM 03/06/2013 10h20 - Atualizado em 03/06/2013 17h05

Os “loucos” são aqueles que dizem mais dos “normais” do que de si mesmos: o livro 'Holocausto Brasileiro' conta um capítulo tão tenebroso quanto escondido da história recente do Brasil – e que está longe de ser encerrado